sábado, 8 de outubro de 2011

Fim da licença maternidade, o real corte do cordão umbilical

Imagine a seguinte situação:  durante 6 meses uma pessoa viver única e exclusivamente em função de alguém.  Mais que isso, viver colado com esse alguém, como gêmeos siameses, sabendo o que houve em cada segundo da vida dele, que hora acordou, comeu, tomou banho, fez cocô, chorou, brincou, passeou, tomou água, qual roupa usou e etc.  E um certo dia essa pessoa se dá conta que tudo vai ser diferente, que vai sair e não poderá levar o "alguém" consigo; o alguém que preencheu seus dias com sorrisos e alegrias, sem deixá-lo sentir falta de absolutamente nada.  Que terá que se privar de ver o seu rosto por horas (horas que parecerão dias) e de dar-lhe dezenas de beijos.  Imaginou?  O que você acha que sentiria?  Se você é uma mamãe que já tirou licença maternidade saberá responder e, com certeza, lembra de cada detalhe do primeiro dia em que teve que se separar do seu baby para retornar ao trabalho.
Desde o dia 14/03 afastada das minhas atividades profissionais para cuidar da nossa pequena, é chegada a hora de voltar à realidade e retornar ao trabalho.  Hora de enfrentar o meu, o nosso, mulher moderna, maior "drama": ser mãe e profissional.  A pouco mais de uma semana desse "acontecimento" me bateu uma insegurança abissal.  Não sei nem explicar esse sentimento.  Um monte de medos: medo que ela caia, bata a cabeça, não coma, se engasgue, escorregue no banho, chore muito e até mesmo o ridículo medo da minha filha esquecer de mim.  Vê se pode?!

Entre berçário, babá e parente, nós optamos pela babá.  O berçário, por mais profissional e organizado que seja, me remete à algo muito impessoal e nada me afastaria da sensação de ter abandonado minha filha com estranhos.  E com avós, tias, madrinha e tudo mais distantes, não me restou outra alternativa:  contratamos uma babá.  Acho até que fomos muito felizes na escolha, mas nem isso minimiza a minha tensão pré-retorno.

Já dizia o poeta: "...amar é estar preso por vontade...", e eu digo que nunca vi tanta verdade em apenas seis palavras.  Dia 17 é o dia.  Dia que vou guardar em minha lembrança para sempre e, com certeza, será o dia que mais desejarei ver findo.  Imagino o quanto será difícil para mim, para mim, grife-se, pois a Fernanda, graças a Deus, está bastante adaptada à sua babá e acredito que não sofrerá com minha ausência.  Contudo, sei que eu, como tantas outras mulheres que já enfrentaram essa situação, sobreviverei e meu coração, que agora não é mais totalmente meu, se acostumará à nova rotina e, pouco a pouco, a dor do real corte do cordão umbilical será aplacado e essa pequena separação diária não vai diminuir o nosso amor e cumplicidade.


Filha, a mamãe TE AMA como a própria vida!




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