terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Operação DORMIRANOITETODA - 1ª Noite

Imbuída de um forte desejo de ter uma noite inteira de sono (ou pelo menos algumas horas seguidas de sono) e determinada a mudar o cenário de vigília da família Galle, me "vesti" de Supermãe, chamei a responsabilidade para mim (o papai ficou com medo de não resistir ao chororô da filhota) e resolvi por em prática a orientação da médica para resolver o problema de sono da Fernanda ontem mesmo.  Às 19h, decidida e consciente de que não seria nada fácil, mas dizendo para mim mesma que me empenharia ao máximo, pelo bem de todos, dei início a rotina noturna diária da Fernanda - banho, fralda, pijama, mamar e berço.  Até aí tudo certo.  Esperei os habituais 10 minutos para sair do quarto e às 20:15h a deixei dormindo como uma anjinha.
A "operação" só foi deflagrada mesmo às 21:25h, quando veio o primeiro choro de Fernanda.  Fui até o seu quartinho, sem acender qualquer luz, tentei oferecer-lhe a chupeta, que foi de pronto rejeitada e fez aumentar a fúria da jovem que passou a arquear as costas e bater pernas e braços contra o colchão além de chorar copiosamente, vindicando, claro, um colo regado à mais uma mamada, enquanto eu tentava confortá-la com carinho nas costas e muito cafuné.  Aos poucos ela foi acalmando, o choro cessou, ela aceitou a chupeta e pareceu deixar-se adormecer.  Conferi a hora e haviam se passado 10 minutos.  Saí vitoriosa do quarto, pensando o quanto tinha sido "fácil" e me perguntando porquê não havia feito isso antes.  O sabor de vitória durou menos de 5 minutos: Fernanda despertou com um choro ainda mais forte e eu, então, vi que a noite estava apenas começando.
Foram mais 50 minutos (que me pareceram 5 horas) de muito choro e protesto.  Mantive as luzes apagadas, dei-lhe uma das minhas mãos para que a bebê pudesse apalpar e sentir que eu estava lá com ela, mas nada parecia acalmá-la.  Ofereci-lhe chá de camomila que ela aceitou no primeiro instante, talvez imaginando ser o seu leitinho, mas ao perceber a diferença tratou de rejeitá-lo.  A essa altura meu coração já estava em frangalhos e eu me esforçava para acreditar que iria conseguir e que aquela tortura logo acabaria.  Passam-se mais alguns minutos e Fernanda começa a dar sinais de que vai acalmar-se e dormir, e eu prossigo acariciando suas costinhas.  Mas, de repente, recomeça tudo de novo: chora, arquea costas, bate com braços e pernas contra o colchão, vira de um lado para o outro e mais choro. Ai meu Deus! Estava quase em lágrimas, o ciclo não parava de recomeçar - chora, arquea costas, bate com braços e pernas contra o colchão, vira de um lado para o outro, mais choro, acalma um pouco, chora, arquea costas, bate com braços e pernas contra o colchão, vira de um lado para o outro, mais choro, acalma um pouco, chora, arquea costas, bate com braços e pernas contra o colchão, vira de um lado para o outro, mais choro, até que, enfim, o silêncio absoluto.  Dormiu.  Eram 22:35h e eu permaneci por mais alguns minutos com a mão sobre suas costas até me certificar que ela estava dormindo profundamente.  Voltei para cama, com o coração doído e um grande temor de não conseguir repetir o "feito" naquela mesma noite, caso Fernanda voltasse a acordar antes das 23h, mas o cansaço foi maior e logo adormeci.
Buá, buá, buá... Era a Fernanda!  Levantei em um pulo só, sem nem conferir a hora, tinha certeza de só ter se passado alguns minutos.  Ao chegar ao quarto dela e acender o abajur, grande foi a minha surpresa ao ver que havia se passado 3 horas, era, então, 1:30h.  Chega de sofrimento, decorreu-se 5 horas desde a última mamada.  É hora de pegar a filhota no colo, com todo o amor e carinho, e dar-lhe o seio.  Acho que nunca havia praticado esse ato com tanta vontade, talvez como forma de redenção pelo "sofrimento" causado à pequena, que mamou vigorosamente por uns 15 minutos, adormeceu e a devolvi à seu leito, onde dormiu por mais 4 horas.  Isso mesmo!  Sono tranquilo até as 5:30h, quando acordou, mamou novamente, adormeceu e só acordou às 7 da manhã.

E assim foi a noite 1.  Apesar da dor que senti, acho que fui bem sucedida e, confesso, penso que poderia ter sido ainda pior.  Acho que a Fernanda até colaborou.  Vamos ver como será a próxima noite.

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